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O sexto método dos Preços de Transferência

O cenário dos Preços de Transferência é complexo, e encontrar a metodologia correta para avaliar as transações entre partes relacionadas é fundamental.

1. Introdução

O cenário dos Preços de Transferência é complexo, e encontrar a metodologia correta para avaliar as transações entre partes relacionadas é fundamental. Uma delas é o “Sexto Método”, historicamente considerado por vários países, especialmente nas transações de matéria-prima. Este é uma variante do método CUP (Comparable Uncontrolled Price — Preço Comparável Não Controlado), uma das metodologias tradicionais, especialmente relevante para as exportações e importações de bens com cotações conhecidas. Neste artigo, examinaremos essa variante do CUP, em razão da mudança normativa no contexto peruano.

2. Implementação do Sexto Método — Guia da OCDE

A implementação do Sexto Método dos Preços de Transferência, com base nos padrões da OCDE, abrange transações de exportação ou importação, ou ambas. Esse método emprega-se para estabelecer preços competitivos, especialmente em transações de recursos naturais ou bens com preços conhecidos em mercados transparentes. A sua implementação varia segundo o país, considerando o relacionamento das partes envolvidas e a presença de intermediários internacionais. Avalia-se o preço mais alto entre a cotação do mercado e o acordado com um intermediário. A aceitação de ajustes de comparabilidade e as exceções relativas à substância econômica do intermediário diferem entre os países.

3. Atualização no contexto peruano

No contexto peruano, o Decreto Supremo n.º 327 – 2022-EF propõe modificar os regulamentos aplicáveis às transações de exportação ou importação de bens com cotações conhecidas nos mercados internacionais. Os contribuintes devem apresentar declarações juramentadas perante a SUNAT (Superintendencia Nacional de Aduanas y de Administración Tributaria — Superintendência Nacional de Alfândegas e Administração Tributária), detalhando os termos acordados em contratos que contenham informação chave como identificação da contraparte, características do contrato, data de subscrição, vigência, data de cotação, tipo de bem, entre outros dados relevantes. No caso de variações na informação, deve conter uma comunicação modificativa, detalhando aspetos como os termos internacionais de comércio e porto de destino, entre outros.

4. Suporte para a implementação de um método diferente

Se empregar um método diferente do CUP, o contribuinte deverá justificá-lo por meio de um suporte teórico. Esse documento deve expor os fatores (diferentes do CUP), detalhando a falta de comparáveis ou os efeitos qualitativos e quantitativos que resultam na perda de confiabilidade ao implementar o método tradicional.

5. Vantagens e desafios

O sexto método oferece vantagens importantes, como a simplicidade e a certeza na determinação de Preços de transferência. Isso facilita a arrecadação eficiente de impostos, devido à base em cotações de mercado verificáveis.

Por outro lado, ele também apresenta desafios, já que não é um método tradicionalmente reconhecido e pode ser rejeitado pela contraparte na transação. Além disso, ele não considera as circunstâncias econômicas específicas da transação, o que pode resultar em compensação excessiva ou dupla tributação.

6. Conclusões

O Sexto Método dos Preços de Transferência é uma variante do CUP focada em transações de exportação e importação de bens, com uma cotação conhecida nos mercados internacionais. Embora ofereça vantagens de simplicidade e eficiência tributária, isso também implica desafios em termos de reconhecimento e precisão na implementação do Princípio do Comprimento do Braço. A eleição do método preciso dos Preços de Transferência é importante para garantir que todas as transações entre empresas relacionadas cumpram as regulamentações fiscais e evitem problemas de dupla tributação ou compensações inapropriadas.

 

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